“Plus encore que la honte, la liberté est contagieuse.”

Samba – 2014


Omar+Sy+Samba+Premiere+Red+Carpet+2014+Toronto+CaaXAPbSg4pl

“Les hommes ne pouvaient pas être définis par le lieu où ils étaient nés.Ils ne pouvait pas être puni seulement parce qu’il venait d’ailleurs”

Long time no see, fellas!

Foi em mais uma sessão de cinema, no já tradicional domingão, que assistimos Samba. Escrito e dirigido por Eric Toledano e Olivier Nakache (Os Intocáveis), o filme aborda bem a questão da imigração na França (e do qual acredito que poderia ser pensada para a imigração em diversas outras nações europeias). Os mais desavisados talvez pensem que o longa tem algo a ver com o nosso Samba canarinho, mas, apesar de o filme trazer um pseudo brasileiro e um pouco da nossa cultura, o título na verdade é o nome do personagem principal interpretado por Omar Shy (que já tinha trabalhado com Toledano e Nakache também em Os Intocáveis, e que assim como naquele filme, está impecável aqui).

tahar rahimEntão vamos lá, o filme conta a história de Samba, um imigrante ilegal senegalês que mora na França há 10 anos, e que por todo esse tempo teme a deportação. Samba acaba sendo preso, e durante o julgamento de seu caso conhece Alice (Charlotte Gainsbourg), uma voluntária de uma ONG que tenta ajudar imigrantes como Samba a regularizarem sua situação no país, e a história se desenrola a partir daí. Esse drama, na verdade, é uma comédia deliciosa que se torna surpreendente exatamente por nos fazer rir, mesmo o tema sendo tão sério. Inclusive, um personagem que contribui e muito para a comicidade do roteiro é o pseudo brasileiro “Wilson” que, como estava comentando com a Thaís enquanto assistíamos o filme, é um pseudo brasileiro brasileiríssimo, representando a figura do brasileiro super carregada de estereótipos (antes de torcerem o nariz…estereótipos positivos!), que está sempre fazendo piadas, sendo carismático e conquistando as mulheres. Não vou dar spoilers quanto a esse personagem, mas tenho que dizer que simpatizei muito com ele, Tahar Rahim (o Wilson) representou muito bem, assim como Charlotte, e TODO o elenco do filme, de longe o fator mais excepcional de Samba.

As críticas foram mixas, (Samba atingiu 50% no Rotten Tomatoes) e pelo jeito o estranhamento foi o filme tratar de forma leve e descontraída de algo que incomoda moralmente as autoridades europeias, que ainda hoje não sabem ao certo como tratar com o assunto imigração. Como já comentei anteriormente, isso também me chamou a atenção, mas não negativamente! Eu gostei muito do filme, e não penso duas vezes antes de recomendá-lo a um amigo. É possível sim gerar uma boa reflexão a partir de um romance agradável como Samba, e já está na hora de a crítica – tão intelectual quanto à brasilidade de Wilson, wink.. wink.. – parar de taxar dramas sérios como bons só porque são dramas e comédias como ruins por serem comédias.

Então fica a dica.

Até a próxima folks!


Raquel Ribeiro

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